Os Caminhos de Santiago - Património e Logística.

Em Portugal

É uma viagem com ligações religiosas mas também uma descoberta pessoal por caminhos especiais. Falamos do caminho de Santiago, objetivo final de uma viagem diferente.
Os Caminhos de Santiago atraem hoje em dia um grande número de pessoas, não só por razões religiosas, mas também por motivações espirituais, desportivas e, sobretudo, de "busca" pessoal, convívio e escape às rotinas diárias ou de mera descoberta de outros horizontes.
Estes são os novos itinerários jacobeus que ligam Portugal a Santiago de Compostela, em Espanha. Eis os "Caminhos Ibéricos de Santiago (CIS)" transfronteiriços:

Podemos observar no mapa que os novos caminhos de Santiago integram o "Caminho Português Central"; o "Caminho da Geira e dos Arrieiros"; o "Caminho Português Interior"; o "Caminho Português da Via da Prata"; o "Caminho de Torres"; o "Caminho de Santiago Via da Estrela"; a "Via Badajoz a Estremoz" (ligação Via da Prata ao Caminho Nascente Alentejo); a "Via Aracena a Serpa" (ligação Caminho do Sul/Via da Prata ao Caminho da Raia Alentejo) e a "Via Huelva a Castro Marim/Tavira (ligação Caminho do Sul/Via da Prata ao Caminho Nascente Algarve). Estão em desenvolvimento o Caminho Central e a Via Portugal Nascente.

O Património do Caminho Português

No botão abaixo poderá assistir a um documentário da RTP sobre o património presente ao longo do Caminho Português Central.

Caminhos de Santiago Internacionais

Tecnicamente falando, o Caminho de Santiago não existe um trajeto oficial e outros alternativos. O que existe são trajetos consagrados e tradicionais, cada qual com uma distância diferente.

Por convenção, acredita-se que existem quatro trajetos principais: Caminho Francês (o mais conhecido e frequentado), Caminho do Norte (considerado o mais contemplativo por causa das belezas naturais), Caminho Aragonês (o mais extenso, que posteriormente une-se ao Caminho francês) e o Caminho Português (que atravessa boa parte de Portugal).

Existem outros? Sim, existem, mas estes são os mais "famosos". Lembrando, claro, que um trajeto ser "famoso", não necessariamente o faz melhor que outro. Cada pessoa escolhe o caminho a percorrer.

A Logística do Peregrino

O Caminho de Santiago é uma espécie de trekking e por isso exigirá do peregrino praticamente a mesma roupa e equipamento. No entanto, para uma pessoa que planeia viajar por aproximadamente 800 km, realizando uma média de 25 a 30 quilómetros por dia, é necessária uma certa logística. 

A principal regra prática é: o peso total da mochila não deve exceder 10% do peso do peregrino. A mochila ideal é em torno de 35 a 45 litros. A escolha do volume exato depende do peregrino. Também deve ter em consideração a arrumação da mochila conforme a imagem abaixo de modo a manter o centro de gravidade equilibrado.

A camisola deve ser de manga comprida para proteger do sol. Deve ter duas camisolas de dry fit (para usar uma nas caminhadas enquanto a outra seca), e uma de algodão (para dormir à noite).

As calças devem ser duas de trekking (para as caminhadas), e uma outra para dormir a noite. As das caminhadas devem ser de:

• poliéster (mais resistentes à luz e ao uso intenso, mas com elasticidade baixa)

ou

• poliamida (com uma excelente absorção do suor e excelente evaporação e com textura parecida com o do algodão.
  

Quanto á roupa interior, deve privilegiar acima de tudo, conforto. Para as mulheres, o mais indicado é usar um top de desporto em vez de sutiã. No caso dos homens devem usar boxers de modo a prevenir o aparecimento de assaduras no raspar da parte interna das coxas. 

Já no que diz respeito ás meias, deve privilegiar meias de lã sintéticas com uma ou um misto das seguintes tecnologias: Coolmax, Merino Wool e Tencel, sendo as Coolmax as prediletas dos peregrinos pela relação custo-benefício.

Não esqueçamos um casaco impermeável e respirável para o caso de estar a chover. Aqui a tecnologia mais conhecida é a Gore-tex.

Também deve incluír um casaco de flanela sintética fleece de gramatura baixa (ex: 100) dado que as temperaturas ao longo do caminho não descem abaixo dos 5ºC. Este casaco fleece é vulgarmente conhecido como "polar".

Acerca do calçado, este deve ter solas com boa aderência em superfícies molhadas e secas, resistência, proteção contra a umidade e flexibilidade. Normalmente os peregrinos optam por botas porque dão mais estabilidade para quem sobe montanhas com peso nas costas e evitam torções dos pés. As botas devem ser muito respiráveis para evitar a acumulação de transpiração, o amolecimento das palmas dos pés e o surgimento de bolhas. Também aqui é privilegiada a tecnologia Gore-tex.